quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A Long Way Home (Norah Jones)

Saiu tarde. O cigarro fazia-lhe companhia, era a sua única companhia desde há muito tempo. Subiu a Almirante Reis com os olhos no chão. Alguém lhe pediu mortalhas. Para uma ganzinha, disseram. Sorriu e continuou a subir a rua. Viu corpos que jaziam nos cantos, como mortos, ao lado de garrafas vazias. Passou por rostos escurecidos pela noite, por sombras que vasculhavam caixotes do lixo, por vultos que fugiam por ruas estreitas.
Quando chegou ao fim da rua, a escuridão diminuiu, os rostos iluminaram-se. Apenas alguns metros separavam estas duas realidades. Parou e olhou para trás. Qual dos dois mundos seria o seu? Em qual deles se sentia entre iguais?
Continuou o caminho por Arroios. As luzes tornaram-se mais fracas, as sombras reapareceram entre jardins e contentores do lixo. Respirou fundo. Daqui a pouco estaria em casa.

2 comentários:

Helder Antunes disse...

E não tiveste medo? se fosse ue borrava-me de medo lol...

E tá descansado que a minha visao sobre a amizade nunca foi bem aquela... foi mais um desabafo de circunstância... Aliás do gang residencial não tenho razões de queixa, porque afinal somos uma família...

Anónimo disse...

Ha gajos que trabalham na tmn que metem medo. Só droga, tabaco. Ainda por cima sobem a Almirante Reis sozinhos. Depois diz que apanhas com sodomitas no meio da rua. Não leves uma rolha, não...